Foi tornando-se enjoativa, repetitiva. Praticou tudo aquilo que sempre condenara.
Achava um tanto piegas quando ouvia falar de paixão, amor... Como alguém pode ficar com o corpo tremulo ou com as mãos geladas só por outro alguém? Isso não existe, é ilusão.
Sentiu seu corpo ficar tremulo, suas mãos geladas, tentou se convencer que foi apenas eletricidade estática muito forte. Ou alguma reação química de seu corpo.
Suas crises existenciais começaram a ficar sentimentais demais, procurou então, fazer o que a mediocridade, a massa faz... isolar pensamentos, não pensar. E fez uso de mais uma coisa que sempre condenara: o álcool e as ervas alucinógenas. Resolveu o "problema" até então, não pensou. Mas no dia seguinte, descobriu que não pensou mas fez. Agora o que era segredo, meio mundo sabia.
Então voltou a sentir o ódio pela massa, bem mais argumentado agora.
Entrou no clã dos que preferem a semiótica do desencontro, achando que a fantasia do amor é bem melhor que sua realidade. Não iria admitir que era platônico.
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