terça-feira, 23 de novembro de 2010

Está nas entrelinhas.

O pior é que eu sabia que estava certa, queria eu não estar.
Foi extremamente cansativo, ainda é... me consome demais, rouba muito de mim. Mas nunca reclamei disso, até então.
Cheguei muito perto de fazer, de dizer, de ser, de realizar, tão quase, tão perto, absurdamente perto, que chega a me assustar. Mas não fiz, também não disse, e nem realizei.
Sempre fui deixando interrogações, vírgulas, reticências, mas não me lembro de ter deixado o ponto final.
Me perguntaram o porquê disso, não pude responder. Há muitas coisas que não posso responder.
Cheguei a sentir dó de mim.
Já cheguei ao ponto de praguejar toda minha vida, tamanha a raiva que nutria. Mas também já cheguei a planejar de forma otimista toda a minha vida, tamanha era a esperança.
As vezes mentia, mas era uma mentira obrigatória, o ruim era quando mentia pra mim mesma, quando ainda minto.
Tem algumas coisas que vou deixando de lado, vou deixando e deixando, quando dou por mim, nem existem mais. Mas existe uma coisa em específico que estou deixando há algum tempo, mas está acontecendo ao contrário, ao invés de sumir faz é aparecer cada vez mais forte, talvez eu esteja utilizando o método errado, talvez eu nunca tenha utilizado o método certo.
Meu coração? Ah! acho que ele é meio masoquista, mas deliciosamente perigoso.
Comecei a enumarar, minha vida eu acho, ou me enumerar, não sei. Mas cheguei a conclusão, que não é isso ou aquilo, nem a falta disso ou daquilo.
Na verdade, nem tenho nada a dizer, só queria desperdiçar as palavras.
Mas nas entrelinhas estão as respostas de todas as perguntas que nunca pude responder.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Tudo porque se cansou.

Não sabia o dia exato em que tinha acontecido aquela mudança dentro de si, só sabia que tinha acontecido.
Tudo que escrevia, terminava em frases incompletas, as vezes até sem sentido. Talvez seria um reflexo da sua vida que andava tão incompleta, tão sem sentido.
Não foi sempre assim, mas quando teve a oportunidade de ter um leque maior de opções, acabou não escolhendo nenhuma. Porque o que queria, não estava incluído nesse leque.
Foi seguindo, encontrou novas opções, escolheu elas, viveu elas, mas ainda continuava querendo aquilo que não estava incluído.
Pensou seriamente em desistir, mas achou que não fosse doer tanto, porque doeu, daí desisitu de desistir, ainda doía, mas era menos.
Quando estava prestes a esquecer aquilo que não tinha e queria ter, prestes a apagar de si, vinha uma coisa que a fazia retornar ao começo, tornando as suas tentativas em vão, quase que inúteis.
Chorou como nunca, sentiu como nunca, se cansou como nunca...
Hoje, os papeis estão invertidos... Hoje ela é a opção, hoje ela é o motivo, o "aquilo" que falta pra alguém, assim como um dia foi pra ela.
E por que? Tudo porque se cansou...
Tudo porque chorou como nunca, sentiu como nunca, se cansou como nunca...
Amou como nunca...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Me vem uma vontade...

Me vem uma vontade enorme de me manifestar e contestar tudo, de dizer o que sinto, o que quero. Mas não tenho pra quem dizer, e também não diria pra qualquer um. E fica só pra mim, e vai se acumulando, até eu me sentir prestes a explodir como fogos de artifícios.
E eu explodo... E problematizo, até o já resolvido.
Depois tento consertar, nunca fica igual.
Volto a ficar leve, sem vontades de manifestações e contestações, sem vontades de dizer. Mas dura pouco, menos que pouco.
E me vem aquela ansiedade louca, sem ao menos eu saber pelo que.
Peço mais razão e mais razão, e o fim do sentimentalismo. Depois me arrependo, e peço sentimentalismo e mais sentimentalismo.
As vezes, me vem uma vontade de ser naturalista ou revolucionária ou até mesmo apolítica. Na verdade só tenho vontade de ser algo... algo que se encaixe em alguma lista, queria ser só algo, pra deixar de ser nada.
Me vem uma vontade de não querer, de não sentir, de não desejar. Nunca consegui, talvez nunca consiga, e nem sei se quero conseguir mesmo.
E só sei , que sempre faltará algo, sempre e sempre. Sempre terá algo incompleto, sempre terá uma vontade não realizada, um desejo não concebido. Sempre e sempre.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Chove aqui dentro.

Lá fora a garoa, o silêncio, o escuro. Aqui dentro também.
Dentro de mim garoa, e sinto que logo chegará a tempestade com muitos trovões e relâmpagos e com eles certamente virão as consequências... Falta de luz, desabamentos, até enchentes e talvez demore muito tempo pra reconstruir tudo, talvez nunca se reconstrua tudo. Poderei perder muitas coisas nessa tempestade, mas o bom é que existem previsões e eu já posso ir me preparando para recebê-la, o ruim é que nem sempre essas previsões estão certas.
Talvez eu me mude e volte quando tudo isso passar, talvez eu me mude e nunca mais volte ou talvez eu fique e enfrente tudo.
O que me da esperanças é que sempre depois de uma tempestade vem o arco-íris, e espero profundamente que ele nasça dentro de mim.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não mais...

Aquilo era bom demais, aquilo era recíproco demais, aquilo era felicidade demais, aquilo era realização demais, aquilo não era pra mim. Mas eu insistia e insistia. Agora, não mais...
Foi-se o tempo que eu me importava tanto... Confesso, que ainda me importo, mas você não precisa saber. Não mais...
Lembra quando eu fingia ciúmes, quando eu dizia coisas bonitas, quando você era mais importante que eu mesma? Tenho que te dizer, eu não era assim e nem sou assim, eu só queria levantar sua autoestima. Agora, não mais...
Venho buscando um certo bem estar, uma certa felicidade, mas é tão forçada que nem eu acredito nela. Mas eu sei que isso passa, talvez até mais rápido do que eu imagine, mas se demorar, você não irá saber, faço questão que você não saiba.
Eram frágeis demais ou muito vagos, os laços que nos uniam. Mas eu admito, fomos fortes demais, tivemos união demais, mas era as vezes e isso não bastava, não basta.
Fomos cúmplices. Agora, não mais...
Você sempre vencia meu orgulho, sempre deixava meu humor de acordo com o jeito que você queria. Agora, não mais...
Eu te amei. Agora...