Sem entender e muito menos ter uma pausa para compreender tenho sensação que antecede e prenuncia o que já está pronto para acontecer. Não seria propriamente ansiedade...
O desejo de ter logo o que vem depois da prenuncia toma-se proporções quase religiosas, o meu constante pensar estabelecido existe como uma das formas mais incontestadas de fé.E penso, penso quase desejando... Depois esqueço, esqueço quase que intencionalmente como se entendesse que para ter, esquecer é condição.
O intervalo entre a sensação e o esquecimento dela ou mesmo a duração de todos eles é para mim como passar por trechos esmaecidos, desconexos... exercícios poéticos, no máximo.
E exercitar-se poeticamente além de ser quase uma pretensão é desgastante, é dolorido.
É angustiante, mais ainda se for agosto.
Existe dois extremos, quando na sensação é taquicardia, quando no esquecimento bradicardia.
Como se eu já estivesse pronta para viver e nunca viver, nunca chegar no ápice da vida, como idealizar sem nenhum ideal, como sorrir seco sem nenhuma saliva. Como se eu vivesse num eterno agosto.
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