terça-feira, 17 de maio de 2011

Epitáfio.

E por algum motivo do além, deixamos de sobreviver juntos, desistimos juntos, partimos juntos... E na homenagem do enterro, assim nos definiram:
_ Tiveram conversas que foram dignas de enciclopédia, já outras nem de livrinhos de piada.
Não, não eram amigos, não eram namorados e muito menos tinham laços sanguíneos.
Acho que eram como conhecidos que tentam buscar no outro um ponto em comum. Um ponto sobretudo bom, porque ruim não precisava, enxergava-se, era obvio. Um revolucionário sempre reconhece o outro, não que esse fosse um ponto ruim, mas de fato era ruim para a sua(s) sobrevivência.
Brincavam que o sentido da vida deles era figurado, talvez realmente fosse.
Como eram apaixonados, não um pelo outro, e por isso sofreram. Coitadinhos!
Viviam num eterno looping.
Só encontravam a calma na agitação, e só encontravam agitação na calma.
Reclamavam por sempre sonhar outra realidade, enquanto viviam e viam a ficção de sempre.
Não eram confusos, eram profanos medrosos.
Seus segredos? Nunca descobriremos.

Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário