domingo, 30 de setembro de 2012

Noite qualquer.

Meu vizinho instalou uma luz na direção da minha janela, fecho as cortinas mas não resolve muito, aquela claridade intensa permanece... Passo a noite em claro literalmente.  Então levanto-me e sento-me de frente a janela olhando fixamente, personifico a luz e começo a desejar estar lá fisicamente, farejar, apalpar.
O desejo úmido passa, torna-se seco mas ainda queima, ainda derrete.
Fico furiosa com minhas vontades, praguejo minha própria existência e depois, em alguns momentos, eu paro exausta com minha própria ira, durmo, de mal jeito, fora da minha cama.
E amanhece. Nasce a manhã e morre o meu pecado.
Mas ele volta, ele sempre volta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário