quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fato cotidiano.

Irritava uns, comovia outros mas sempre na sua linha de dignidade do silêncio. Fingia usar a metáfora da estátua de praça, não se comove, não se mexe, mesmo que venham pombos e defequem em cima mantém-se imóvel, indiferente.
Apesar de tão jovem no corpo sentia como se tivesse vivido milênios, era muito velho nos acidentes do coração. Mas ninguém sabia, era um fugitivo da fuga, fingido.
Entrou naquela sala, estava gélida devido ao ar condicionado, e ele extremamente nervoso... Sua visão, seu olfato e audição estavam em seus estados mais exaltados e mesmo assim fingia distração.
Angustiado, pensava naquele momento que sua mãe tinha razão, ele precisava de ajuda.
A moça perguntou:
_ No que posso ajudar senhor ?
Então falou por minutos e minutos, sem interrupções, depois respirou fundo e quase engasgou-se. Esvaziou-se.
_ Prontinho senhor, pode entrar e repetir tudo isso para sua terapeuta.

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