domingo, 3 de abril de 2011

O dia em que morremos.

Naquele dia, o que mais queria era chorar as derrotas solitariamente no meu quarto. Mas saí com uma sonhadora triste que tinha problemas com o peso. Fomos a uma festa. No caminho, assim respectivamente, sonhávamos, reclamávamos e entristecíamos. Quando chegamos ao ponto de encontro dos convidados, veio o anfitrião nos receber, era alto, o cabelo black power não lembrava sequer um pouco um hippie sujo. Parecia míope. Ouvíamos música boa, pessimistas assim como nós mas paradoxalmente sonhadoras assim como nós. Lembro que choveu bastante, o que valorizou o cenário obscuro. Odiávamos efusividade, porém ficamos os três, o anfitrião, a sonhadora triste e eu, compartilhando afeto talvez, compartilhando buscas. Pessoas próximas a nós morriam de overdose, algumas morriam por conflitos, morremos pela falta. A falta que tanto buscávamos preencher mas não encontramos. Morremos em um dia bonito.

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